MEMÓRIAS LITERÁRIAS

Autora: Gabriela Fantin (7º01 – EF)

Professora: Vera Lucia Cardoso e Maria Auxiliadora Carniel Sottoriva.

EXEMPLO DE VIDA

No dia 19 de fevereiro de 1928 nascia Iracema Castilho. Filha de Maria e José Castilho, mais tarde casada com Olímpio Fantin.

Logo que se casaram já com três filhos foram morar em um terreno com mata fechada abaixo de três tábuas de madeira encostadas, ficaram alguns dias até conseguirem construir uma casa de chão batido onde moraram por vários anos.

Era agricultura de família pobre e trabalhava para os outros. Anos depois em 1964, depois do nascimento do sexto filho, no governo de Getúlio Vargas conseguiram o terreno onde vive ainda hoje.

Aos 49 anos seu marido Olimpio teve trombose e amputou uma de suas pernas, não pode mais trabalhar e logo morreu. Anita (apelido dado por seu pai) teve de se virar sozinha cuidando dos filhos. Passou por muitas dificuldades, trabalhando na roça e na maioria das vezes passava fome para poder dar aos filhos o pouco de comida que tinham. Doente longe da cidade e dos hospitais e sem mínima condição financeira teve que se virar da maneira que podia.

Seu filho mais velho o qual podia lhe ajudar a cuidar dos demais irmãos, sofria com doenças psicológicas, não tendo a menos condição de ajudá-la.

Exerceu muitos deveres masculinos, trabalhos forçados, tais como: cerrar lenha, arar a terra com junta de bois, plantar e colher roças e apesar de ser analfabetismo negociava as plantações. Tudo isso sem contar com seus deveres de mãe e dona de casa dos quais nunca se descuidou.

Nunca pode oferecer um ensino de qualidade aos seus filhos, mas nunca deixou que lhes faltasse o respeito, educação, dignidade e honestidade. Criou 9 filhos sozinha, com sua luta e suor, dando a eles tudo que necessitavam.

Hoje possui 82 anos, ainda com a mente lúcida, trabalhava na roça, não deve obrigação a ninguém. Mora em Iraquitã (interior de Tangará) com seu filho mais velho, o qual deixou da família para ajudar e cuidar de sua mãe.

Em uma época em que as famílias precisavam de um chefe e geralmente as mulheres eram discriminadas ela mostrou toda sua fibra e força.

Tenho orgulho de dizer que a pessoa a qual escrevo é minha avó, uma das pessoas que mais amo, a pessoa que me passa exemplos de coragem e nunca perdeu sua honestidade e educação, exemplos que vou levar para vida inteira.